O “backup do futuro” poderá ser o seu próprio DNA

O “backup do futuro” poderá ser o seu próprio DNA

Todo mundo já passou por uma experiência como essa: você salva algum arquivo muito importante em uma mídia física fora do seu computador e, quando precisa dela, descobre que o negócio deu problema. Não importa se estamos falando de disquetes, CDs ou mesmo HDs externos, pelo menos uma vez na vida você já sofreu com um backup que te deixou na mão. Mas e se fosse possível salvar esses arquivos em um lugar que está sempre acessível e é certeza de que não vai perder os dados salvos?

Esse é o objetivo de diversos cientistas ao redor do mundo, que estão desenvolvendo uma forma de gravar dados dentro da sequência de DNA de uma célula. Eu sei que parece papo de maluco, mas essa tecnologia é séria e tudo indica que pode chegar ao mercado em bem menos tempo do que imaginamos.

Vantagens do armazenamento em DNA

A primeira vantagem está no espaço de armazenamento: calcula-se que é possível colocar 215 petabytes de informação dentro do DNA. Isso é mais de 2000 vezes mais espaço do que o SSD com maior armazenamento que existe no mercado hoje, que consegue armazenar “apenas” 100 TB de informação.

Outra vantagem está na estabilidade deste tipo de armazenamento: o código do DNA se mantém estável e sem mudanças dentro de nossas células durante toda a nossa vida, mesmo em pessoas que ultrapassam os 100 anos. Isso quer dizer que a vida útil do armazenamento em células é décadas maior do que a propiciada por qualquer outro meio – físico ou digital – disponível hoje no mercado.

E há também uma terceira vantagem – e talvez a mais vantajosa: a certeza de que não haverá mudanças de formato. O DNA existe há bilhões de anos com o mesmo formato atual, e nada indica que ele passará por mudanças daqui pra frente. Sabe aquele monte de problemas que a gente teve quando precisou passar os backups em disquetes pra CDs, e depois dos CDs pra nuvem? Isso não vai acontecer com o DNA: o mesmo método que você utilizou para guardar informações hoje você poderá usar para acessar elas daqui a 50 anos.

Desafios do backup no DNA

Incrivelmente, a tecnologia para armazenar dados em DNA já existe, mas ainda é muito ineficiente. Primeiro, porque necessita que bioquímicos estejam supervisionando toda a operação; segundo, que o aparelho demorou 21h para fazer a gravação de apenas 5 bytes de informação.

Uma possível solução para este problema seria a utilização de enzimas, de uma forma parecida com a que é utilizada hoje nos testes de COVID-19. Para isto, seria necessário a existência de uma interface capaz de converter dados digitais em químicos, e então uma interface enzimática conseguiria converter essa química em moléculas de DNA.

Claro, para que isso se torne algo viável a ser lançado no mercado, duas coisas são necessárias: o escalonamento da quantidade e velocidade de gravação (é preciso conseguir gravar MUITO mais do que 5 bytes em muito MENOS de 21h), e tudo isso precisa ser feito por qualquer pessoa, já que não faz sentido você precisar ir num laboratório e marcar uma hora com um bioquímico para gravar no seu DNA um meme que você nem vai mais lembrar que existe daqui uma semana.

Apesar das dificuldades os cientistas estão otimistas, e acreditam que a evolução das IA na área da biotecnologia (a Amy Webb até comentou como essa área está conseguindo avanços maiores do que o divulgado pela imprensa) poderá ajudá-los a resolver esse problema que, por enquanto, parece muito complicado de solucionar.

Com informações de IT Brew

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