China caminha em direção ao posto de novo “berço da inovação” do planeta

China caminha em direção ao posto de novo “berço da inovação” do planeta

Quando ouvimos falar em “produto chinês”, a primeira coisa que vem à cabeça é que se trata de uma cópia pirata. Afinal, ao longo de décadas o país cultivou a fama de ser uma enorme linha de produção, e não um berço da inovação. Mas apesar desse certo preconceito nosso com os produtos chineses, essa é uma noção que não é suportada pelos números: a China é hoje o maior polo de inovação do mundo.

De acordo com um recente relatório publicado pelo Centro Nacional de Estatísticas de Ciência em Engenharia (EUA), em 2022 foi a primeira vez que qualquer país conseguiu ultrapassar o número de patentes dos Estados Unidos desde o ano 2000 – e este país foi justamente a China.

Gráfico que mostra o número de patentes de regiões selecionadas entre os anos 2000 e 2022. Fonte dos dados: Centro Nacional de Estatísticas de Ciência em Engenharia/Imagem: Axios Visuals

Em 2022, investidores chineses registraram 68.600 patentes por meio do Tratado de Cooperação de Patentes, que facilita o registro dessas patentes em diversas regiões do mundo ao mesmo tempo. No mesmo período, os Estados Unidos haviam registrado “apenas” 58.200. Para se ter uma ideia, em 2015 os Estados Unidos registravam anualmente o dobro de patentes da China, que conseguiu não apenas alcançá-los – mas superá-los – em menos de 10 anos.

Mas por que isso importa?

Geralmente, o número de patentes registradas por um país indicam o grau de investimento em inovação tecnológica daquela região, e costuma ser um bom indicador não apenas de crescimento econômico futuro, mas também da importância que um país terá na economia mundial nos próximos anos.

Mesmo assim, é preciso olhar com um certo cuidado para esses números. Primeiro, porque ainda que as patentes indiquem um maior investimento em inovação, ter uma patente não implica necessariamente que um produto de sucesso será produzido; muitos desses futuros produtos acabam muitas vezes morrendo antes mesmo de virar protótipo, e mesmo entre os que chegam ao mercado não há nenhuma garantia de que se tornarão um sucesso. Segundo, porque a China é notória em “superpatentear”, e muitos projetos que seriam considerados como “falta documentação” em outros países conseguem uma patente por lá.

Quer dizer que esse crescimento é falso e fabricado? Também não é bem assim. O fato da China ter conseguido o maior número de patentes nas três categorias que mais emitiram em 2022 (“aprendizado de máquina”, “visão computacional” e “dispositivos pessoais e computadores”) é um indício real de que o país tem feito um investimento maciço em inovação – e justamente nas áreas que deverão encabeçar a próxima revolução industrial. Ainda não quer dizer que a China realmente está à frente dos Estados Unidos como o país que mais lança produtos inovadores, mas deixa claro que a disputa por este mercado está cada vez mais acirrada e, se o mundo bobear, a China pode logo logo se tornar o país da inovação tecnológica com folgas.

Com informações de Axios

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