5 erros que culminaram com a “morte” do Apple Car

5 erros que culminaram com a “morte” do Apple Car

Recentemente, a Apple avisou para os cerca de 2000 funcionários que trabalhavam no Apple Car que o projeto estava sendo engavetado – e, pra surpresa de absolutamente ninguém, revelou que nem todos serão realocados para outras áreas da empresa.

Já faz uma década desde que o projeto do Apple Car – um veículo elétrico que seria desenvolvido para competir diretamente com os modelos da Tesla – é um dos segredos mais mal-guardados da empresa. Apesar de um anúncio público nunca ter sido feito, todo mundo sabia que o projeto era real e o veículo existia: a companhia estava testando seus protótipos na rua, pra todo mundo ver. 

Mas o que explica a desistência de um projeto que já recebeu bilhões de dólares de investimento e tinha um protótipo funcionando – inclusive com relatos de que ele teria capacidade de auto-navegação e poderia ser controlado por comandos de voz? De acordo com a Bloomberg, algumas pessoas que trabalharam no projeto revelaram que seriam 5 os principais motivos que explicam a morte do Apple Car:

  • Falta de objetivos bem definidos: de acordo com esses funcionários, toda a estratégia para o Apple Car era baseado em um “castelo de cartas”, e a todo momento eram modificados os objetivos do projeto e a forma como ele devia ser abordado. Isso tornava o ambiente de desenvolvimento confuso, exigia muitos retrabalhos e contribuía para um sentimento de que, muitas vezes, o desenvolvimento estava sendo retardado mais do que avançava.
  • Mudanças constantes na liderança: este e o ponto anterior normalmente estão sempre de mãos dadas em qualquer história de projeto conturbado ou fracassado. Se há muitas mudanças na liderança, haverá muitas mudanças de objetivos e estratégias – e vice-versa.
  • Demora no desenvolvimento de um produto que possa ser comercializado: apesar de estar sendo desenvolvido há dez anos, o Apple Car ainda estaria muito longe do padrão de qualidade necessário para ser lançado no mercado. Assim, a Apple teria decidido diminuir o prejuízo, acabando com o projeto ao invés de passar mais uma década investindo bilhões em algo que pode ser que nunca chegue ao padrão necessário para ser comercializado.
  • Problemas na infraestrutura de recarga: o otimismo do board da Apple na época que começou a trabalhar no projeto teria diminuído ano a ano, com o cenário de estagnação da proliferação de infraestrutura de recarga de carros elétricos nos EUA.
  • A tecnologia de auto-navegação é mais complicada do que eles imaginavam: em uma época que descobrimos que até mesmo os vídeos da Tesla sobre o funcionamento do piloto automático de seus veículos (que teoricamente seria a empresa mais avançada neste quesito) era pura invenção do marketing e ele não funciona do jeito que foi vendido ao público, não é de se surpreender que a Apple também tenha tido muitas dificuldades para tentar solucionar os problemas de um sistema de auto-navegação total.

Isso não quer dizer que a Apple irá abandonar de vez o setor (não seria o primeiro produto que ela abandona e, anos depois, chega com uma nova versão melhorada daquilo que um dia achou que não valia a pena investir), mas a decisão deve gerar um baque no setor de carros elétricos, já que a empresa que é sinônimo de inovação está apontando que ele talvez não seja um mercado que valha a pena.

Com informações da Bloomberg

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