SXSW – 7 tendências e 1 propósito para o mundo pós-IA

SXSW – 7 tendências e 1 propósito para o mundo pós-IA

Nesta semana de SXSW, estou em Austin de olho em tudo o que o evento traz de melhor este ano. Aqui no blog, vou resumir algumas das discussões mais interessantes que estão rolando!

A tecnologia das IA generativas promete revolucionar o mundo – e não é à toa que este é, mais uma vez, o tema principal da SXSW deste ano. E por mais que ainda existam pessoas extremamente pessimistas com o significado disso tudo, uma coisa é certa: já estamos em um ponto sem volta. Ou a gente se adapta às novas tecnologias, ou ficamos pra trás no mercado.

E é justamente pra nos ajudar a nos preparar para as mudanças que veremos no mundo (e, principalmente, no mercado de trabalho) que Sandy Carter subiu ao palco da SXSW. Líder de operação da Unstoppable e ex-VP da Amazon, Sandy tem nos últimos anos estudado atentamente como as novas tecnologias de IA generativa estão afetando as mais diferentes áreas e mudando as relações entre profissionais e consumidores. Para Carter, esta é a hora de parar de resistir ao novo mundo das IAs e começar a aprender como “domá-las” para não ser engolido pelos concorrentes. E estas são as 7 tendências que ela acredita que precisamos ficar atentos nos próximos anos se não quisermos realmente sermos substituídos pelas máquinas:

1. O crescimento não é linear, mas exponencial

Todos os dados mostram que, quem já utiliza IA em suas operações, percebeu um aumento real e acelerado na produtividade geral. Por isso, 80% de todas as empresas do mundo deverão aumentar bastante o uso de IA generativa nos próximos anos. Então não importa se você é um trabalhador de “chão de fábrica”, alguém do setor administrativo ou o chefe que manda na porra toda: você vai precisar aprender a trabalhar com a IA se não quiser se tornar obsoleto.

2. Aprendizado em todos os formatos

Já se foi o tempo em que os programadores deveriam escolher apenas uma forma de treinar suas IA: o aprendizado de máquina multi-modal já é uma realidade. Alguns dos modelos mais recentes já são alimentados simultaneamente por dados em texto, fotos e vídeo. E isso não apenas irá acelerar todo o processo de desenvolvimento, mas também tornará essas inteligências artificiais mais próximas da capacidade humana.

3. Bem vindo à Era das Experiências!

Qualquer um que já testou o Apple Vision Pro sabe que já é possível estar sentado no sofá da sua casa e, ao mesmo tempo, na beira da quadra de uma partida da NBA dentro do Madison Square Garden. Sandy Carter aponta como o avanço em equipamentos de projeção vinculado aos avanços da IA generativas irá criar toda uma nova era de experiências imersivas – algo que ela chama de “internet das sensações” – onde será possível sentir até mesmo cheiros, sabores e texturas digitalmente.

4. Convergência é inteligência

Carter também alerta que, apesar de normalmente focarmos nossas atenções apenas para aquilo que “mais faz barulho” (hoje é a IA, mas não muito tempo atrás eram conceitos como metaverso e cripto), o ponto que precisamos estar sempre atentos é em como as diferentes tecnologias se convergem. Isto porque quando falamos em “solução de IA” escondemos nessa ideia outras tecnologias que também estão sendo usadas ali, como GPS, sensores, bancos de dados, conexão 5G, entre tantas outras. O verdadeiro poder não está na IA em si, mas em como ela pode ser utilizada para fazer com que tecnologias tão distintas consigam trabalhar entre si para resolver problemas que até então não tinham solução.

5. O virtual é o novo real

 O avanço das IA generativas nos permitirá criar “gêmeos virtuais” de nosso mundo real. E isso não se resume a fazer avatares se sentarem numa sala de reuniões para uma reunião “virtual presencial”, mas soluções que podem ser realmente úteis e agradáveis. Um possível exemplo é a digitalização da arcada dentária de alguém para a criação de tratamentos, algo que permitiria um nível de exatidão muito maior do que os moldes utilizados hoje. Uma outra utilização também seria fazer todos os testes de segurança de um veículo em ambientes virtuais que simulem todos os efeitos da física do mundo real, tornando esses testes muito mais baratos, já que não mais envolveriam jogar carros reais contra uma parede a 80 km/h.

6. A “tokenização” de tudo

Apesar da ideia de NFT não ter “revolucionado” o mundo das artes da forma como se esperava há alguns anos atrás, o conceito da blockchain ainda é uma das tecnologias mais interessantes para o futuro, e ela poderá ser utilizado para criar certificados e outros mecanismo de controle – seja de autenticação ou de propriedade – não apenas para produtos virtuais, mas também físicos. Ao “tokenizar” tudo que existe no mundo, ao comprar um tênis na loja você não apenas conseguiria comprovar que ele é realmente um original daquela marca que você pagou, mas traçar toda a matéria prima usada nele – desde o algodão do cadarço até o couro das solas – para descobrir se ela foi mesmo adquirida em locais que seguem rigorosos padrões de qualidade ou em uma fazendo conhecida pelo uso de trabalhadores com regime análogo à escravidão.

7. Novas soluções, novos problemas

Carter também deixa claro que a IA também não é uma maravilha que vai resolver tudo e nos levar para a utopia de um mundo perfeito: assim como ela ajudará a solucionar muitas coisas do mundo atual, ela também trará toda uma nova leva de problemas que não existem hoje. Assim, ela clama pela responsabilidade de todos os humanos que irão interagir diretamente com esta tecnologia, pois é conosco que essas máquinas irão aprender, e nós seremos os responsáveis caso essa nova era das IA propague os mesmos preconceitos e erros de julgamento que existem no mercado de trabalho atual.

Evolução com propósito

Mas, apesar de começar sua apresentação apontando para o fato de que precisamos nos adaptar e abraçar as novas soluções de IA generativa, ela finaliza sua apresentação apontando para o perigo de ir atrás dessa tecnologia apenas por “moda”, ou porque “todo mundo usa IA e eu preciso colocar na minha empresa”. Ela lembra que a IA não é uma fada mágica que vai te dar resultados fantásticos apenas por existir; é preciso propósito. Então, antes de sair esbanjando dinheiro em qualquer coisa porque tem IA no nome, é importante manter o foco no que você quer fazer e em como a IA pode te ajudar a conseguir esse resultado.

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